Friday, April 27, 2007

A Despedida


Abre a janela do quarto,
espreita lá para fora e respira.
Vai funda até à alma.
Olha para tudo o que inspira,
e olha para mim enquanto parto

e digo adeus, sopro-te um beijo.
Vou para longe, mas logo volto.
Sinto já uma saudade.
Mas poucas horas e estou solto,
para meu amor gagueijo

a-a-amo-te-te-te.
És a razão que me faz levantar
todas as manhãs da minha vida.
Alimento-me só de te acariciar,
sobrevivo observando-te.

Nunca te esqueças meu amor,
que parto agora sem vontade,
que vou para longe sem mais voltar,
porque para neste mundo ficar,
meu amor, só em clandestinidade
pois da vida não sou portador.

Minha querida, não chores,
que aqui poderás chegar um dia.
Tem calma, não sofras por mim,
deixo-te o meu cheiro a jasmim,
e de entre as nuvens ouve a sinfonia
que canto aos teus clamores.

Agora acalma e fica serena,
deita a cabeça madalena.
Respira fundo e deixa-te adormecer,
espera até vir o amanhecer.

Agora abre a janela do quarto,
espreita lá para fora e inspira,
vai fundo até à alma.
Olha para tudo o que respira,
e olha para o céu, que já não parto.

1 comment:

Eleonora said...

Grande Sofia!

Afinal, o que é o Aqui e o Agora senão uma parte desse Todo, que sabemos existir?

Longe ao Perto, estás lá!
Continua.

Um beijinho, Eleonora