Monday, April 21, 2008

História do tempo

E foi assim... veio um dia, qualquer, sem escolha,
ficou por ali: Não me apetece!
Ah! foi bom dizer basta, senti-lo cá dentro.
Porque no fundo sempre o quis dizer.
Antes do começo já pensava no seu fim,
sou mais do que isto, não me contento se for assim!
Agora vou mais longe, vou para longe,
vou ficar longe.

Agora sim!

E os que mais vierem, não sonhem tanto...

No final só fica um...

Um sonho realizado...
Um beijo bem dado...
Um coração inteiro...
Um poema acabado.

E da vida chega a morte,
que longe fica a cada instante,
porque imortal fica meu corpo
que marca deixa, significante!

E a voz que soa de mim, deixa seus berros no silêncio.
Na fraqueza encontro a força, que faz seguir
Em frente!
Em frente! Grita quem manda
Manda em mim, no eu, no sou!

E és. És quem dizes ser. Sempre serás.
Que passados não há, e futuros... quem sabe?
Quem veio ficou. Não se vê mas está lá.
De pés, para cavalo, para carroça, para avião...
Quem sabe um dia um foguetão?

Sim, a isso se diz evolução.

Mas o chá ainda se bebe.
Os dedos ainda se contam.
O calor ainda aquece, e o frio arrefece.
Longe de lá, mas muito perto de mim.

Bem perto de mim.
Em mim.
No branco, num todo.
E nestes 10 dedos de mãos
conto os 100 anos que vivo.

1 comment:

Eduardo César said...

É um poema de notória expressividade. Tens um jeito desgraçado. Gostei!