Monday, March 24, 2008

Monday, March 17, 2008

sem marcas nas mãos

A felicidade que se concentra em mim...
retirando as palavras das minhas mãos,
esbarrando com o desgosto de escritor.
O vazio da escrita, o papel em branco.
E à falta de letras, os pensamentos,
inundam cá dentro, por dentro
no silêncio de tanto não escrito.
Poeta nasce poeta, morre poeta;
e sem poesia no momento, neste
momento de objectivos a pegar,
concretização a demonstrar,
e as palavras a esconderem-se
mais e mais, dentro, não escrevo,
só penso. E poeta silêncio fico.
Das frases que rasgo no papel
são lágrimas de sal a mais,
doce a menos, e o amargo condensa
deixando o inútil surgir.
Papel no lixo, caneta caída,
papel em branco, em branco,
o choro seco de inspiração sumida.
Mais uma vez, este desespero
de poeta falhado, escritor sem dom,
humano mortal, um cargo no escuro...
Poeta nasce poeta, morre poeta,
sempre poeta.